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Será que nasci para ser solteira?

Minha vocação é ser solteira?

Não, não e não! Ninguém nasce predestinada, muito menos com um carimbo na testa determinando para sempre o seu estado civil. E não venha querer culpar Deus, o destino ou os astros por você estar solteira até hoje! Nascemos para ser felizes, para nos realizarmos plenamente neste mundo, independentemente do estado civil.

A nossa vida é fruto de nossa vocação, de nossas escolhas e discernimento. Vocação é um chamado natural, condizente com a nossa aptidão e personalidade, conforme nosso talento, que vai se desenvolvendo ao longo da vida.

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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Influência social

A vocação não é algo forçado, não aparece num passe de mágica, muito menos com base na moda, no momento, naquilo que todo o seu grupo de amigos faz, na mídia, nem naquilo que seus pais e seus colegas de trabalho querem que você seja. Já repararam que a sociedade hoje toca a mesma música para todas as mulheres: namorar, noivar, casar… e viveram felizes para sempre!

Essa fórmula não se aplica a todas nós, pois muitas têm o chamado à vida religiosa, ao celibato ou à vivência plenamente solteira. Mas há uma cobrança social que impede muitas meninas e mulheres de admitirem essa possibilidade! Todos têm de ter uma tampa da panela, a metade da laranja, alguém para dividir o financiamento do apartamento. Quem disse?

Desde pequenas, somos influenciadas a formar uma família, e isso é lindo, afinal, o matrimônio é um sacramento importante, mas não precisa ser o destino final de todas, pois nem todas têm essa vocação.

Você acha que casamento é fácil?

Casamento é renúncia diária, é anular-se muitas vezes pelo marido (muitas mesmo), é dedicar-se em tempo integral pelos filhos, administrar conflitos, resolver incompatibilidades de gênios, financeiras e emocionais todos os dias; é um doar-se, que, sinceramente, nem todos têm vocação. Muitos casamentos acabam, simplesmente, porque um dos cônjuges ou ambos não sabem se doar, só querem receber, são egoístas. No fundo, não têm a vocação para o matrimônio.

De um lado, reparem na quantidade de casamentos falidos, e que nunca deveriam ter se concretizado, mas os namorados foram indo, empurrando com a barriga as incompatibilidades, depois noivaram, casaram e perceberam que não fazia qualquer sentido os dois debaixo do mesmo teto, discutindo até para decidir se compram manteiga ou margarina. É isso que você quer para sua vida?

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Descobrir-se

Vejam a quantidade de mulheres solteiras frustradas, entregando-se a qualquer cara sem discernimento, por desespero, por medo de “ficar pra titia” e se tornando ainda mais infelizes e frustradas. Um casamento que não deveria ter acontecido, por vezes, vai terminar em divórcio em pouco tempo.

Entre ficar sempre solteira, assumindo essa vocação ou ser casada por um tempo (como nos contos de fadas), para depois cair na real, perceber o erro e retornar à vida de solteira, o que você escolhe?

Nem todos temos o chamado ao matrimônio, mas Jesus Cristo chama a todos nós para que sejamos Seus discípulos, contribuindo para que se faça um céu na pequena parte que lhe couber nesta vida terrena: sua casa, seus amigos, seu trabalho. Ele se apresenta às pessoas por meio de nossas atitudes.

Então, em vez de ficar se lamuriando, porque está solteira, busque ser uma pessoa melhor com quem Deus confiou a você. Pode não ser um marido ou filhos biológicos, mas talvez os sobrinhos, os filhos dos amigos, os amigos, seus pais, as pessoas do seu trabalho ou mesmo uma associação que você decida ajudar e fazer a diferença, um céu na vida delas.

A vocação precisa ser discernida

Conforme consta no Catecismo da Igreja Católica, 1830, “a vida moral dos cristãos é sustentada pelos dons do Espírito Santo. São disposições permanentes que tornam o homem dócil aos impulsos do mesmo Espírito ”, e este Espírito é que nos dá discernimento para tomarmos decisões importantes, como o seu estado de vida!

Ao decidir ficar bem solteira ou namorar para casar, estando fora da graça de Deus (por exemplo, há muito tempo sem ter se confessado, comungado, participado de uma adoração), perde-se a oportunidade do dom de conselho do Espírito Santo, e o discernimento será prejudicado.

Minha dica então é: dedique um tempo da sua vida para discernir sua vocação. Procure um diretor espiritual, um retiro, e olhe para dentro de você com sinceridade: é capaz de suportar, com alegria, todas as renúncias de um casamento ou só quer casar para não ser solteira? Nunca perdemos por sermos sinceras com nós mesmas, com os outros e com Deus.

Antes do seu estado civil, Deus a fez para ser feliz plenamente, e a decisão que traz paz ao seu coração é a mais acertada.

Assista ao vídeo abaixo: