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Fidelidade conjugal nasce da simplicidade da partilha a dois

A fidelidade conjugal é o fruto da fidelidade no namoro

Na história a seguir, entenda a importância da fidelidade da vida conjugal.

Havia um senhor que, todas as manhãs, ia tomar café com sua esposa, a qual se encontrava internada em um asilo. Certa manhã, esse senhor estava esperando o ônibus. Quando olhou para o lado, viu um amigo seu que se aproximava. Cumprimentaram-se e, o senhor, convidou seu amigo para sentar-se ao seu lado. Contou ao amigo sobre sua jornada matinal de todos os dias. Ouvindo-o atentamente, esse amigo lhe perguntou:

“Por que, todas as manhãs, você vai tomar café com sua esposa, se ela não se lembra mais de quem é você? Ela tem Alzheimer!” Nisso, aquele senhor virou-se e, olhando profundamente nos olhos de seu amigo, disse-lhe: “Ela pode não se lembrar de quem eu sou, mas eu me lembro de quem ela é e do compromisso que nós assumimos perante Deus!”.

As faces da fidelidade conjugal

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

O valor da fidelidade

Em uma sociedade com tantas propostas de felicidade, essa pequena história nos ensina o valor da fidelidade nas relações conjugais, em todos os momentos da vida: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias, manhãs, tardes e noites da vida a dois. A fidelidade entre o casal começa no período de namoro, momento propício do conhecimento, tempo de construir uma relação madura e humana. Estação de semeadura das flores que, um dia, irão florir nos canteiros de uma vida conjugal sacramentada pela bênção de Deus.

A fidelidade no casamento é o fruto da fidelidade no namoro. A busca pelo que é essencial no casamento deve sempre ser maior do que é periférico. Muitos relacionamentos conjugais se estacionam em sentimentos periféricos, os quais não trazem nenhum benefício para quem busca construir uma vida de amor partilhado. O amor, que um dia os uniu, acaba sendo deixado de lado por desentendimentos não resolvidos, pela falta de diálogo e compreensão de ambas as partes.

Construção do amor

Fidelidade nas alegrias da vida, mas também nos momentos de tristeza. Fidelidade na saúde e também na doença. O verdadeiro amor é construído dia a dia na vida do casal. A cada nova manhã, marido e mulher são sempre convidados a renovar a fidelidade um ao outro e redescobrirem o motivo que, um dia, os levou ao altar: o amor que os uniu por toda a vida.

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Uma verdadeira experiência de fidelidade conjugal passa pelo processo da gratuidade do amor. Marido e mulher, que cobram amor um do outro, estão negociando seus sentimentos. A própria palavra “cobrança” revela, em si mesma, seu significado: só cobramos algo de alguém quando há uma dívida pendente. O amor conjugal não é negócio, mas pura gratuidade, doação e entrega. Quando as cobranças começam, o relacionamento entra num processo de contabilidade, no qual o saldo final sempre será negativo.

Renovação do compromisso

A cada novo dia, a cada nova manhã, o amor e a fidelidade devem ser renovados. Novas esperanças devem ser semeadas no jardim da vida a dois. Esposo e esposa devem cultivar, em conjunto, no canteiro da alma, o amor que os uniu um dia. Descobrir que o outro não é tão perfeito como se imaginava, é um exercício de paciência, que só poderá ser vencido com as flores da paciência, do diálogo e do perdão.

No casamento, a fidelidade nasce da simplicidade da partilha a dois. Cada casal é sempre convidado a descobrir, na simplicidade da vida a dois, o espetacular da vida matrimonial.

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Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é pároco da Paróquia São José, em Toledo (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor de livros publicados pela Editora Canção Nova, além disso, desde 2011,  é colunista do Portal Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: @peflaviosobreirodacosta.