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Orientações litúrgicas para proclamadores da Palavra

Falar sobre os proclamadores da Palavra é falar sobre a Liturgia da Palavra. Para conversarmos sobre o Ministério dos Proclamadores da Palavra, usaremos, neste artigo, dois documentos: 1) Instrução Geral do Missal Romano (IGMR); 2) Introdução ao Lecionário (IL).

A Instrução Geral do Missal Romano, retomando a Sacrosanctum Concilium, diz: “Quando, na Igreja, lê-se a Sagrada Escritura, é o próprio Deus quem fala ao seu povo, é Cristo, presente na sua palavra, quem anuncia o Evangelho” (IGMR, 29).

A primeira disposição do proclamador da Palavra deve ser a de silêncio para ouvir e acolher essa Palavra. É Deus quem se dirige ao proclamador e a toda assembleia. Por isso, mesmo ao fim da leitura, diz-se: “Palavra do Senhor”. E a assembleia responde: “Graças a Deus!”. No Evangelho, quando ouvimos “Palavra da Salvação”, respondemos: “Glória a vós, Senhor”, glorificando o Cristo que falou.

Orientações litúrgicas para proclamadores da palavra

Foto Ilustrativa: Arquivo CN

Aprenda algumas orientações litúrgicas para os proclamadores da Palavra

Só passaremos à mesa da Eucaristia se nos detivermos a ouvir a Palavra de Deus. Na Liturgia da Palavra, o leitor empresta sua voz para que Deus fale. Para isso, a leitura deve ser proclamada com calma e prontidão de alma. Olhe bem: a leitura será proclamada, e não lida. Lemos muitas coisas, mas a proclamação exige uma preparação espiritual. Não é qualquer coisa que será lida. Não! É a Palavra de Deus que será proclamada. Deus falará por meio da voz do leitor.

Ao ler, é preciso comunicar a Palavra de Deus, é uma leitura, um anúncio de salvação para quem ouve. Se você foi chamado para proclamar a Palavra, comece a se preparar uma semana antes, para que a Palavra saia do livro e entre no seu coração.

A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a oração. Deve, por isso, evitar-se, completamente, qualquer forma de pressa que impeça o recolhimento. Haja nela também breves momentos de silêncio, adaptados à assembleia reunida, nos quais, com a ajuda do Espírito Santo, a Palavra de Deus possa ser interiorizada e se prepare a resposta pela oração. Pode ser oportuno observar esses momentos de silêncio depois da primeira e da segunda leitura e, por fim, após a homilia” (Instrução Geral do Missal Romano, 56).

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Quem vai proclamar a Palavra espere que a assembleia se assente e se acalme. Não é preciso pressa. Que bom quando o grupo de canto entoa uma música suave, que ajude a assembleia a silenciar-se! Não pode ser um canto agitado, mas algo simples, que fale ao coração. Dessa maneira, a assembleia pode ouvir melhor a Palavra, sem pressa, sem rumores, no silêncio. Os microfones já deverão ter sido testados antes. O leitor deverá saber onde liga. Nada de ficar assoprando o microfone ou dando tapinhas para ver se está ligado. Não! Isso dispersa.

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Querido leitor, nunca suba à Mesa da Palavra (ambão) levando um folhetinho, um livrinho que você irá ler. A Palavra é proclamada do Livro da Palavra, do lecionário. O folheto, o subsídio que você usou para preparar a leitura, é importante antes de começar a celebração, mas ele deve ficar em casa. Chegue antes na Igreja, pegue o lecionário, localize onde está a leitura, verifique se está certa, para que, na hora, você não fique perdido. Proclame com calma, sem gritar, sem pressa, favorecendo a meditação. Respeite a pontuação, faça as pausas necessárias. Mergulhe no texto. Interprete as palavras, dê vida ao texto bíblico.

A Palavra precisa cair no coração das pessoas. Elas precisam criar gosto pela Palavra. Se a assembleia se prepara com o silêncio para ouvi-la, e se você leitor preparou-se bem ao longo da semana, deixe que o Espírito Santo conduza a sua leitura.

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