Santo Antônio de Sant'Anna Galvão

Antônio de Sant’Anna Galvão é o único santo de origem brasileira

Frei Galvão

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Há seis meses ocorreu a canonização em terras brasileiras, do primeiro santo nascido aqui. Todos temos nos olhos e no coração as imagens de fé e alegria desse evento único da nossa história. Foi em 11 de maio 2007, quando cerca de um milhão de pessoas testemunharam no Campo de Marte, em São Paulo, o Papa Bento XVI canonizar Frei Galvão, pronunciando a fórmula de canonização: “… declaramos e definimos como Santo o beato Antônio de Sant’Anna Galvão e o inscrevemos na Lista dos Santos e estabelecemos que, em toda a Igreja, ele seja devotamente honrado entre os santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

As canonizações ocorrem normalmente no Vaticano, mas o Papa decidiu realizar a cerimônia no Brasil como homenagem ao país de maior número de católicos do mundo. Frei Galvão foi inscrito na glória dos Santos como: Santo Antônio de Sant’Anna Galvão e sua memória litúrgica ocorre em 25 de outubro. Este franciscano paulista tornou-se santo 185 anos após sua morte, ocorrida em 1822.

A Postuladora da causa de canonização do novo Santo, Irmã Célia Cadorin, definiu-o como ‘a ternura de Deus’. “Ele devia ser um padre, um Frei de uma delicadeza, de uma ternura, de uma bondade, sobretudo para com os pobres. Ele é o frade da oração. Tinha um coração compassivo para com os doentes e os pecadores, a todos transmitia uma paz muito grande”.

O novo Santo foi ‘bem normal’: nada de cilícios ou penitências extremadas, mas deixou-nos belo testemunho marcado de simplicidade franciscana ao alcance de todos, mesmo hoje em dia. Viveu a santidade na vida do dia a dia como homem de oração, pregador, confessor, missionário popular, pedreiro e também porteiro do Convento São Francisco, no centro de São Paulo. Como porteiro, alegre e cordial, acolhia bem todas as pessoas. É reconhecido como frade da paz e da caridade. Foi também grande devoto de Maria.

O provincial dos Franciscanos de São Paulo, Frei Augusto Koenig, disse que “não basta bater palmas por termos o primeiro santo brasileiro. É preciso imitar suas virtudes, ser missionário como ele o foi, ter amor aos pobres como ele o teve, ser pacificador, defender a justiça e salvaguardar a vida. (…) Se alguém não é simpático pelas ‘pílulas do Frei Galvão’ pelo menos não ridicularize, pois, enfim, Deus fez falar até a mula de Balaão” (Nm 22,28).

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Frei Galvão morreu em 23 de dezembro de 1822, assistido pelo superior e pelos confrades e sacerdotes, que admiravam suas virtudes e a sua vida apostólica. Foi sepultado diante do altar mor da igreja do Mosteiro da Luz. Frei Galvão é o primeiro Santo franciscano nesta terra na qual os Franciscanos tiveram a graça de celebrar a primeira Missa. Tudo isso é significativo e nos compromete a ‘recomeçar sempre de novo’, com ardor e alegria em nossa missão. O mundo precisa de ‘outros’ Franciscos, Antônios, Galvões. Você aceita?

Frei Jorge Hartmann