Transitório

Terror noturno infantil, o que é isso?

O terror noturno infantil ocorre, na maioria das vezes, em crianças na idade pré-escolar

Você já ouviu falar em terror noturno infantil? Conhece alguém que tenha um filho que sofra desse problema? Dos transtornos de sono manifestados na infância, certamente, esse está entre os considerados mais dramáticos. Aqui, falaremos brevemente sobre o problema que afeta 3% das crianças, a maioria em idade pré-escolar. Os pais que vêm ao consultório e descrevem o episódio presenciado geralmente ficam bastante assustados, sobretudo aqueles que jamais ouviram falar do problema.

Terror noturno infantil, o que é isso?

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Diferente do pesadelo, a manifestação ocorre na primeira fase do sono, cerca de 60 a 120 minutos após adormecer, antes do período dos sonhos. Em geral, durante o quadro, a criança senta-se na cama ou no berço e começa a gritar, com muita agitação e expressão de terror. O coração e a respiração ficam acelerados e a pele bastante molhada de suor. Por vezes, dizem estar vendo pessoas estranhas ou mesmo animais dentro do quarto. Além de ficarem inconsoláveis, podem nem mesmo reconhecer pessoas ou lugares que a rodeiam.

Felizmente, a cena dura, em média, de 10 a 20 segundos, mas para quem a presencia parece ser tempo suficiente para se espantar. Há, no entanto, registros de duração de até 20 minutos. Por mais que tentem despertá-la na hora, dificilmente os pais conseguem acordar a criança. Terminado o episódio, ela volta a dormir tranquilamente; no outro dia, questionada sobre o acontecido, não se lembra de nada.

Não são totalmente conhecidas as causas do terror noturno infantil

Alguns fatores como distúrbios de ordem emocional, acontecimentos traumáticos ou mesmo febre podem estar associados ao seu desencadeamento. Estudos revelam que o transtorno é mais frequente em crianças que apresentam sonambulismo.

Existem alguns medicamentos que podem ser utilizados no tratamento dos sintomas, com resultados comprovados. Entretanto, é preciso avaliar bem cada caso antes de iniciar a terapia medicamentosa, já que se trata de uma alteração geralmente benigna e de caráter transitório, desaparecendo por si mesma durante a adolescência.

Portanto, não se preocupe se perceber que algo semelhante está acontecendo com seu filho. Com serenidade, procure ajuda médica e, com a graça de Deus, poderá dormir tranquilo!


Érika Vilela

Mineira de Montes Claros (MG), Érika Vilela é fundadora e moderadora geral da comunidade ‘Filhos de Maria’. Cursou Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas e especialista em psiquiatria pelo Instituto de ciências da Saúde, e em Dependência Química pela UNIFESP.

Érika atua como pregadora, articulista, missionária pela Casa Mãe de Misericórdia e médica na Estratégia Saúde da Família e na Clínica Home-Med. Evangelizadora com fé e ciência, duas asas que nos elevam para o céu, ela tem a bela missão de encontrar, na união mística com a dor salvífica de Cristo, a força para seguir em frente, sabendo que Deus opera sempre as Suas maravilhas!