Quarto Domingo da Quaresma

Quarta Semana da Quaresma

O Abraço do Pai

A cada ano, durante a Quaresma, os três últimos domingos apresentam uma Catequese Sacramental. Em 2007, o tema da conversão e da misericórdia divina conduz nossos passos. Deus oferece sua misericórdia, mediante o mistério pascal de Cristo tornado presente nos Sacramentos. É preciso aproveitar a oportunidade, pois este é o tempo oportuno. Nossa atenção se volta, de forma muito especial, para o Sacramento da Penitência. No Compêndio do Catecismo da Igreja Católica encontramos preciosos ensinamentos que nos conduzem à melhor compreensão e à busca deste sacramento de cura.
Ele é chamado sacramento da Penitência, da Reconciliação, do Perdão, da Confissão, da Conversão1. Existe porque a nova vida da graça, recebida no Batismo, não suprimiu a fragilidade da natureza humana nem a inclinação para o pecado. Cristo instituiu este sacramento para a conversão dos batizados que, pelo pecado, dele se afastaram.

O Senhor ressuscitado instituiu este sacramento quando, na tarde de Páscoa, se mostrou aos Apóstolos e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados serão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão retidos” (Jo 20,22-23).
O apelo à conversão ressoa continuamente na vida dos batizados. Esta conversão é um empenho contínuo para toda a Igreja, que é santa, mas contém pecadores no seu seio. O dinamismo do “coração contrito” (Sl 51,19), movido pela graça divina a responder ao amor misericordioso de Deus, é o que se chama de penitência interior. Implica a dor e a repulsa pelos pecados cometidos, o propósito firme de não mais pecar e a confiança na ajuda de Deus. Alimenta-se da esperança na misericórdia divina.

A penitência manifesta-se de muitas maneiras, em especial pelo jejum, a oração e a esmola. Estas e muitas outras formas de penitência podem ser praticadas na vida quotidiana do cristão, especialmente no tempo da Quaresma e no dia penitencial de sexta-feira.

O sacramento da Reconciliação pede duas atitudes: os atos da pessoa que se converte sob a ação do Espírito Santo e a absolvição do sacerdote que, em nome de Cristo, concede o perdão e estabelece a modalidade da satisfação. Quem se confessa deve fazer um cuidadoso exame de consciência. Cabe-lhe também o arrependimento ou contrição, que é perfeita, quando é motivada pelo amor a Deus, e imperfeita, se fundada sobre outros motivos, e que inclui o propósito de não mais pecar; a confissão, que consiste na acusação dos pecados feita diante do sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento de certos atos de penitência, que o confessor impõe ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado.

Devemos confessar todos os pecados graves ainda não confessados, dos quais nos recordamos depois de um diligente exame de consciência.
A confissão dos pecados graves é o único modo ordinário para obter o perdão. Todo o fiel, obtida a idade da razão, é obrigado a confessar os seus pecados graves ao menos uma vez por ano e antes de receber a Sagrada Comunhão.
Também a confissão dos pecados veniais é muito recomendada pela Igreja, embora não estritamente necessária, porque nos ajuda a formar uma consciência reta e a lutar contra as más inclinações, para nos deixarmos curar por Cristo e progredirmos na vida do Espírito.
Cristo confiou o ministério da Reconciliação aos seus Apóstolos, aos Bispos seus sucessores e aos presbíteros seus colaboradores, que se convertem em instrumentos da misericórdia e da justiça de Deus. Eles exercem o poder de perdoar os pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

É bom tomar consciência de que a absolvição de alguns pecados particularmente graves, como os punidos com a excomunhão, é reservada à Sé Apostólica ou ao bispo do lugar ou aos presbíteros por ele autorizados, embora todo o sacerdote possa absolver de qualquer pecado e excomunhão a quem se encontra em perigo de morte.
Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, todo o confessor está obrigado a manter o sigilo sacramental, isto é, o absoluto segredo acerca dos pecados conhecidos em confissão, sem nenhuma exceção e sob penas severíssimas.

Os efeitos do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus e, portanto, o perdão dos pecados; a econciliação com a Igreja; a recuperação, se perdida, do estado de graça; a remissão da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais e, ao menos em parte, das penas temporais que são conseqüências do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação do espírito; o acréscimo das forças espirituais para o combate cristão.

Em casos de grave necessidade, como o perigo iminente de morte, pode-se recorrer à celebração comunitária da Reconciliação, com confissão genérica e absolvição coletiva, respeitando as normas da Igreja e com o propósito de confessar individualmente os pecados graves no tempo oportuno.

O Pão da Palavra

Os textos da Escritura da Missa de Domingo sejam lidos e acolhidos. Se for possível, prepare com sua família a participação na Santa Missa: Js5,9a.1012; Sl 33; 2Cor 5,17-21; Lc 15,1-3.11-32.

Quarenta dia “de joelhos”

-Participar da Missa Dominical juntamente com sua família, fazer em comum a oração antes das refeições durante a semana.
-Confessar-se em preparação para a Páscoa. Procure um sacerdote, para fazer a magnífica experiência do abraço do Pai misericordioso.

– Rezar cada dia o Salmo 138:

-Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.
– A palavra nem chegou à minha língua, e já, Senhor, a conheceis inteiramente. Por detrás e pela frente me envolveis; pusestes sobre mim a vossa mão. Esta Verdade é por demais maravilhosa, é tão sublime que não posso compreendê-la.
– Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face? Se eu subir até os céus, ali estais; se eu descer até o abismo, estais presente.
– Se a aurora me emprestar as suas asas, para eu voar e habitar no fim dos mares; mesmo lá vai me guiar a vossa mão e segurar-me com firmeza a vossa destra.
– Se eu pensasse: “A escuridão venha esconder-me e que a luz ao meu redor se faça noite!” Mesmo as trevas para vós não são escuras, a própria noite resplandece como o dia, e a escuridão é tão brilhante como a luz.
– Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes! Que prodígio e maravilha as vossas obras!
– Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis, quando eu era modelado ocultamente, era formado nas entranhas subterrâneas.
– Ainda informe, os vossos olhos me olharam, e por vós foram previstos os meus dias; em vosso livro estavam todos anotados, antes mesmo que um só deles existisse.
– Quão insondáveis são os vossos pensamentos!
Incontável, ó Senhor, é o seu número! Se eu os conto, serão mais que os grãos de areia; se chego ao fim, ainda falta conhecer-vos.
– Senhor, sondai-me, conhecei meu coração, examinai-me e provai meus pensamentos! Vede bem se não estou no mau caminho, e conduzi-me no caminho para a vida!

O Jejum

O filho pródigo buscou o caminho de volta. Ao chegar, há outros passos que para a ele se dirigem: os do Pai cheio de misericórdia. Nosso jejum nesta semana é o “jejum dos passos”: tomar a iniciativa da reconciliação, indo ao encontro das pessoas com as quais temos alguma dificuldade, especialmente quando nos custa muito.

Quaresma de caridade

Olhar ao seu redor e identificar o ato de amor e serviço que só você pode fazer. O que está faltando?

:: Saiba com fazer o Retiro Popular

Extraído do livro “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (Retiro Popular 2007) de Dom Alberto Taveira Corrêa