Prisioneiros do Espírito

Diariamente, passamos por muitas circunstâncias que roubam a nossa paz. Nessas situações ou nos deixamos conduzir pela graça do Espírito Santo ou nos tornamos escravos dos nossos sentimento e medos, correndo grande risco em nosso caminho de santidade.

Em momentos de impaciência ou qualquer tipo de fraqueza precisamos nos submeter à ação do Espírito Santo. Somente Ele tem o poder de neutralizar nosso egoísmo e toda a ação do mal. São Paulo nos ensina:

“Eu vos exorto: deixai-vos sempre guiar pelo Espírito e nunca satisfaçais o que deseja uma vida carnal” (Gálatas 5, 16).

Muitos fatos contribuem par nos contrariar, mas Deus é bom para conosco e nos dá o Espírito Santo, que nos consola em todas as nossas aflições. N’Ele resistimos a todos os combates.

O importante é deixar o Espírito inundar a nossa vida. Não podemos nos deixar escravizar pelo que nos acontece durante o dia: pela dor que chega e se prolonga, pelos contratempos inesperados, pelas coisas passageiras deste mundo… Deixemo-nos inundar pelo Espírito Santo de Deus. Ele nos dá a graça de testemunhar a bondade do Senhor, seja nos momentos alegres seja nos momentos difíceis do dia.

São Paulo declara:

“E agora, prisioneiro do Espírito, vou para Jerusalém, sem saber o que aí me acontecerá. Sei apenas que, de cidade em cidade, o Espírito Santo me adverte, dizendo que me aguardam cadeias e tribulações. Mas de modo nenhum considero a minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu leve a bom termo a minha carreira e realize o ministério que recebi do Senhor Jesus: testemunhar a Boa Nova da graça de Deus” (Atos 20, 22-24).

Paulo se deixa conduzir pelo Espírito Santo numa viagem que terminará em seu cativeiro por dois anos. Ele se considera um prisioneiro do Espírito Santo que lhe revela as tribulações que sofrerá. Durante esses dois anos, em regime de “custódia militar”, o apóstolo escreveu as Cartas aos Colossenses, aos Efésios e o bilhete a Filêmon.

O Espírito Santo é quem nos concede a fertilidade no tempo de prova!

“Me aguardam cadeias e tribulações.” Também podemos nos expressar assim, pois é difícil passar um dia sem contrariedades. Mas, mesmo nas tribulações, precisamos estar dispostos a levar a bom termo a missão que o Senhor Jesus nos confiou: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus. Este é o chamado para todo cristão.

Precisamos buscar o auxílio do Espírito Santo para suportar as prisões e os sofrimentos que nos aguardam.

Muitas vezes, somos escravos da nossa própria concupiscência: de um afeto, do comer, do beber, do trabalhar para possuir e se enriquecer. Podemos ser escravos de nós mesmos pela vaidade, ou até mesmo do medo de sofrer…

O Senhor abre nossos olhos por meio de São Paulo para percebermos que a única força que pode nos dominar é a ação do Espírito Santo. Deus nos ensina a não pararmos nas cadeias e nos sofrimentos deste mundo, mas a sermos produtivos para o Reino d’Ele, também em nossas dificuldades.

Precisamos viver o tempo que nos foi concedido. O tempo que se chama hoje, seja ele de alegria ou de tribulação, tendo a graça do Espírito Santo como suporte para a nossa ação.

Há um tempo para cada coisa debaixo do céu, como ensina a Palavra de Deus, mas, em tudo e em todo tempo, o que deve dirigir nosso coração é a força do Espírito Santo por meio da oração, pois Deus não se manifesta a quem não fala com Ele.

Abramos nosso coração com confiança para que a sabedoria de Deus nos alcance: “Ela até se antecipa, apressando-se a mostrar-se aos que a desejam” (Sabedoria 6,13.)

Oração de entrega e súplica pelo dom da sabedoria:

Senhor Jesus, pelas mãos de Maria, eu Te entrego este meu dia!

Escuta a minha oração! Confio na Tua Divina Misericórdia. Quero repetir muitas vezes durante o dia: “Jesus, eu confio em vós!”

Entrego-Te minha vida, cada hora e minuto do meu dia. Confio que tens graças e remédio para mim, pois basta pronunciares uma palavra e todo o meu ser ganhará força e vigor.

“Os olhos do Senhor estão voltados para os justos, os seus ouvidos estão atentos a seu grito de socorro” (Salmo 34,16). Confiando em Tua bondade, confesso minhas fraquezas. Tenho me deixado guiar pelo meu temperamento, pela minha maneira de ser, por tantas tentações que me rondam dia e noite. Mas, Jesus, quero e preciso da condução do Teu Santo Espírito. Suplico-te, dá-me a graça de provar Tuas consolações.

Vem, Senhor Jesus, encha-me com o Espírito Santo. Que a Tua graça reine sobre a minha teimosia, minha auto-suficiência, meu orgulho e fechamento.

Meu Deus, dá-me sabedoria. “Decidi, pois, tomá-la por companheira de minha vida, sabendo que me seria conselheira para o bem e conforto nas preocupações e na tristeza!” (Sabedoria 8,9).

Vinde, Espírito Santo, conduza-me para onde quiseres, como quiseres, como quiseres e com quem quiseres, pois desejo somente agradar ao meu Deus.

Bendito seja o Senhor que me consola em todas as minhas aflições!

Amém!

(Artigo extraído do livro “Sofrer sem nunca deixar de amar” de Luzia Santiago)