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Hipertensão arterial, uma doença que não pode ser negligenciada

A hipertensão arterial, mais conhecida como “pressão alta”, pode ser encarada como uma doença ou como uma situação que pode levar à coerência de moléstias cardiovasculares. Não deve ser vista apenas como um simples resultado elevado da medida da pressão arterial. Na grande maioria das vezes, não provoca sintomas. Outras vezes, os sintomas são gerais (podem ocorrer em qualquer doença), como dores de cabeça, tonturas, mal-estar.

Esse é o grande perigo, pois a pessoa pode viver por muito tempo com a pressão elevada e, praticamente, sem sintomas. Infelizmente, o primeiro sintoma pode ser o acidente vascular cerebral, o infarto do miocárdio ou até mesmo a morte, resultando em seu codinome: a assassina silenciosa.

É muito importante entender que quem sofre de hipertensão arterial terá de fazer seu controle por toda a vida. A maioria das pessoas (95%) não consegue descobrir a sua causa.

Hipertensão arterial

Foto ilustrativa: 6okean by Getty Images

É certo abandonar os remédios de hipertensão arterial prescritos pelos médicos?

Muitas vezes, vejo clientes abandonarem a terapêutica medicamentosa que recomendei por acharem que não estão sentindo nada ou por se considerarem curados. Esse é um dos problemas que enfrento no meu dia a dia de consultório. É muito difícil o paciente admitir que terá de tomar remédio a vida toda.

Outros fazem autotestes com a suspensão da medicação “só para ver se estão curados” ou “para saber se realmente precisam tomar remédio para a pressão”. Nunca façam essas experiências, porque elas podem sair caro demais para você, caro leitor.

Uma vez, atendi a Dona Cida, uma senhora que não via há muito tempo. Ela chegou ao consultório em uma cadeira de rodas e não conseguia falar nada. Apenas balbuciava algo que eu não podia entender. Logo, percebi que aquela senhora falante e vigorosa, que conhecia da última consulta, tinha tido um acidente vascular cerebral em consequência de uma crise hipertensiva. Seguramente, havia suspendido a medicação anti-hipertensiva. Esse tipo de acidente é muito triste. Dona Cida estava, literalmente, fora do seu convívio social. Ela dependia de terceiros para as mínimas necessidades. É o preço que se paga por acreditar que, por não sentir nada, pode suspender a medicação.

Um lembrete que quero deixar para você hipertenso

Deixo aqui um lembrete: se você tem hipertensão arterial, siga religiosamente as recomendações do seu médico! Nunca pare de tomar os remédios por conta própria.

Embora seja ruim ter de tomar remédio durante o resto da vida, na maioria dos casos a hipertensão é facilmente controlada e tratada, prevenindo suas complicações. Além disso, os medicamentos, hoje utilizados, têm efeito muito potente, com poucos feitos colaterais e também com boa comodidade posológica, ou seja, não há necessidade de se ficar tomando remédios o dia todo. Em muitos pacientes, apenas um tipo de medicamento que receito já é suficiente para controlar a pressão e fazer com que o paciente tenha uma vida absolutamente normal e livre das complicações da hipertensão arterial.

A Organização Mundial de Saúde estima que haja, no mundo, cerca de 600 milhões de pessoas com pressão alta. Elas estão correndo risco de sofrer infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca, e muitos portadores de hipertensão arterial desconhecem a sua doença.

Texto extraído do livro “Um coração saudável”.

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