Autoconhecimento

Namorar sempre é a solução?

Nem sempre o namoro é a solução e, se não estivermos preparados para vivê-lo, pode até tornar-se negativo. Todos nós temos a necessidade de sermos amados. São muitas as pessoas que, com o intuito de corresponder a essa carência, pagam caro e se submetem às diversas situações.

Todos nós somos carentes, mas, se essa carência afetiva não for bem direcionada, poderá tornar-se um fator de desequilíbrio, arrastando-nos, muitas vezes, a tomar atitudes contrárias a um sadio comportamento.

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Foto Ilustrativa: NiseriN by Getty Images

Em uma sociedade em que as famílias são cada vez mais desestruturadas, “com mães e pais solteiros; e filhos órfãos de pais vivos”, o índice de ausência de amor na formação de nossas crianças é assustador.

Namorar não pode ser uma fuga

Uma criança que nunca recebeu um abraço de seus pais, que nunca recebeu carinho, ao contrário disso, foi criada em meio aos gritos e às grosserias, com certeza, crescerá com um enorme vazio existencial. Muitas dessas crianças, hoje já crescidas e impulsionadas por suas carências, cometem grandes erros — somente para atrair sobre si a atenção dos demais.

Por isso, acredito que, antes de viver qualquer relacionamento afetivo, como o namoro, precisamos aprender a trabalhar a nossa história, buscando a cura de nossos afetos. É claro que não precisamos ser perfeitos para namorar, mas existem coisas em nossa vida que precisamos resolver, antes de assumir um relacionamento.

Carência com carência gera desequilíbrio

Carência com carência só pode gerar desequilíbrio e um relacionamento doentio, no qual a cobrança será excessiva e a ternura ausente. De tal modo, um sufocará o outro e a relação acabará se tornando um peso.

Existem determinadas coisas em nossa história que somente Deus pode curar; outras, somente nós podemos resolvê-las. Por isso, faz-se necessária a experiência do autoconhecimento, para descobrirmos a nossa verdade e os passos que precisamos dar, buscando a experiência da cura interior, de modo que Deus possa trabalhar em nossa história, curando as nossas feridas e marcas. Essas experiências precisam preceder os nossos relacionamentos, para que os ciúmes, o orgulho e as nossas carências não destruam o verdadeiro afeto no relacionamento.

Namorar é bom, ou melhor, é ótimo! Porém, melhor ainda é namorar pronto, do jeito certo, tendo equilíbrio no amar e ser amado, compreendendo que somente Deus pode preencher o vazio da alma, e esse espaço o outro não pode ocupar, por mais que o forcemos a isso.

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Não se deixe levar pela pressa

Amor em que um diviniza o outro e, depois, o prende, é amor destemperado e doente. Antes de se viver o “nós”, é preciso trabalhar o “eu”, para que, no futuro, nossos relacionamentos tenham mais qualidade e sejam mais duradouros.

Quem não se deixa levar pela pressa, mas segue o caminho proposto por Deus, colherá maravilhosos frutos e alcançará gradativamente a felicidade em seus relacionamentos.

Tenhamos a coragem de realizar tudo do jeito de Deus e não do nosso, abrindo-nos à Sua ação libertadora em nossa vida. Somente assim poderemos acompanhar e sermos melhores acompanhados pelos demais.